CULTURA
“Fazer turnê no Brasil é mais complicado”, desabafa Zebrinha
Balé Folclórico da Bahia fará turnê nacional após 37 anos de história
Por Vinicius Viana | Portal Massa!

Celebrando 37 anos de trajetória, o Balé Folclórico da Bahia lançou oficialmente a nova turnê nacional. Batizada de 'O Balé Que Você Não Vê', a turnê terá início em 22 de agosto e contará com apresentações nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país.
O espetáculo representa o retorno da companhia aos palcos depois da pandemia e mergulha no cotidiano de uma trupe artística, revelando os desafios financeiros e técnicos enfrentados para manter a arte em movimento. Ao Portal MASSA!, o diretor-geral Vavá Botelho afirmou que a nova turnê realiza um antigo desejo do Balé Folclórico da Bahia de levar sua arte ao público brasileiro.
“Representa a realização de um sonho antigo, de poder mostrar o nosso trabalho em nosso próprio país, em função da dificuldade que a gente teve de encontrar apoio e patrocínio aqui no Brasil. A gente conseguiu o patrocínio do Will Bank, que representa não somente esse sonho, mas, acredito, muito mais: um presente para o povo brasileiro conhecer a sua própria história e cultura”, afirmou.
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Comemoração e desafios
Zebrinha, diretor artístico do Balé Folclórico da Bahia, comemorou a possibilidade de fazer a turnê com mais estrutura aqui no Brasil, mas ressaltou que é justamente no país que eles enfrentam mais dificuldades para divulgar a arte preta.
“Pode parecer uma surpresa, mas essa turnê foi preparada há 27 anos. Temos expertise para fazer esse tipo de coisa porque já vínhamos exercitando isso. Nós já fizemos turnê no mundo todo, em mais de 200 cidades nos Estados Unidos. Fazer turnê no Brasil é mais complicado, pois existem barreiras quando você tenta expandir, difundir a arte preta no Brasil. Não é algo que o Brasil está pronto a comprar imediatamente. Mas, graças ao patrocínio, iremos fazer essa turnê com certo conforto”, revelou.

Tradição e inovação nos palcos
Nildinha Fonseca, assistente de coreografia da companhia, fala sobre como o espetáculo consegue unir a tradição do folclore com a inovação artística nos palcos.
“Existe um equilíbrio que é natural, pois trabalhamos muito com o resgate da energia ancestral. Então, chega a ser muito fácil até pra gente trazer esse equilíbrio, entre promover técnica e outras linguagens artísticas com o folclore, com as manifestações culturais. Então, chega a ser muito fácil. Essa turnê representa a força, o retorno”, declarou.
O Balé coleciona importantes prêmios e reconhecimentos. Recentemente, em 20 de maio, foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República e Ministério da Cultura. Em 2013, a prefeitura de Atlanta (EUA) declarou o dia 1º de novembro como o Dia do Balé Folclórico da Bahia, e no mesmo ano, o grupo teve uma rua nomeada em sua homenagem na cidade de Aného, no Togo.
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