POLÍTICA
Bolsonaro convida Alexandre de Moraes para vice em 2026; veja vídeo
Ex-presidente arrancou risos dos presentes, incluindo seu interrogador no STF
Por Lula Bonfim

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) arrancou risos dos presentes na sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feira, 10, ao convidar seu interrogador, o ministro Alexandre de Moraes, para ser seu candidato a vice-presidente nas eleições de 2026.
O próprio Moraes riu diante da brincadeira de Bolsonaro, quebrando o clima de tensão durante o depoimento do ex-presidente da República.
Bolsonaro contou que pretende ir para o Rio Grande do Norte na próxima quinta-feira, 12, e pediu autorização para enviar a Moraes imagens de sua recepção na região Nordeste do Brasil. Ao ouvir resposta negativa, o ex-presidente decidiu brincar com o ministro, convidando-o para ser seu vice.
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— Pretendo, na quinta, na sexta e no sábado, estar no Rio Grande do Norte, visitando uns oito municípios. Se o senhor me permitir, logicamente, eu posso mandar umas imagens para o senhor ver como o povo nos trata na rua — disse Bolsonaro.
— Eu declino — respondeu Moraes.
— Sim, senhor. Posso fazer uma brincadeira? — perguntou o ex-presidente.
— O senhor que sabe. Eu perguntaria a seus advogados antes — replicou Moraes, em tom bem humorado.
— Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026 — arriscou Bolsonaro, sorrindo.
— Eu declino novamente — respondeu o ministro do STF.
— Meu ministro, desculpe aqui — despistou Bolsonaro, antes de voltar a falar de outros temas.
Apesar da brincadeira, neste momento, Bolsonaro não pode ser candidato a presidente da República em 2026, já que foi declarado inelegível em decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Trama golpista
Durante o interrogatório, Bolsonaro negou novamente a existência de qualquer trama com o objetivo de executar um golpe de Estado logo após as eleições de 2022.
“Não procede a acusação, Excelência”, garantiu o ex-presidente, para logo depois reafirmar sua desconfiança frente às urnas eletrônicas.
"A desconfiança das urnas não é algo privativo meu", afirmou Bolsonaro na sequência.
A declaração de Bolsonaro, por outro lado, vai de encontro às afirmações do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, que disse nesta segunda-feira, 9, durante seu depoimento, ter havido sim uma trama golpista, com a ciência do ex-presidente da República.
Cid afirmou ter "presenciado grande parte dos fatos" e a existência de um documento que previa a prisão de ministros do STF e de parlamentares do Congresso Federal. De acordo com ele, o ex-presidente Bolsonaro teria lido esse documento e modificado o texto.
"Sim, [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto, não", pontuou.
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